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Cordel-->Encontro de Zé Ramalho e Raul Seixas na viagem para o Egito. -- 05/11/2000 - 06:56 (Marco Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em um dia ensolarado,
Em pleno vôo para o Egito,
Estava um homem Barbado,
E um igualmente esquisito,
Um parecia chapado,
E o outro fumando um apito.

No momento em que entraram,
Naquele imenso avião,
Eles nem mau se notaram,
Ou conversaram então,
Só acharam um pouco estranho,
Pois pareciam irmãos.

Zé Ramalho estava de branco,
Elegante como sempre,
Com um terno faiscante,
E a calça reluzente,
E o cabelo sempre armado,
Não passava nenhum pente.

Um violão nas costas,
E uma bíblia na mão,
Um terço no pescoço,
Poesia no coração,
Sacerdote do nordeste,
Armado com uma canção.

Raul Seixas estava sóbrio,
Com um colete brilhante,
Uma calça jeans de couro,
Um rock a billy amante,
Com a barba bem cuidada,
Um baiano bem falante.

Uma guitarra nas costas,
Uma garrafa na mão,
Um Elvis na camiseta,
Rebeldia no coração,
Patriarca dos anarquistas,
Armado com um refrão.

Eis que Zé Ramalho,
Reconheceu Rauzito,
Ambos foram conversando,
Naquela viagem pro Egito,
A conversa foi rolando,
E começou o agito.

Disse Zé: "- Avohai meu amigo,
Nós somos bem parecidos,
Dizem que sou seu clone,
Mas exageram neste sentido,
Pois tu és um Alcapone,
E eu sou um simples bandido."

Raulzito, meio adormecido,
Escutou Zé Ramalho falar,
Mas estava meio cansado,
E resolveu disfarçar,
Entrou de cabeça no papo,
E começou discursar.

“-Caro amigo Zé Ramalho”,
Não precisas jogar confete,
Somos muito diferentes,
Como Onze e Dezessete,
Basta sentir pelas letras,
Que tu és cabra da peste."

" - Sou filho de Elvis Presley,
Minha mãe é a guitarra,
Meu tio é o Chuck Berry,
Jerry Lee muito mim amarra,
Mas sou mesmo amordaçado,
Na “doidera” desta farra."

“-Quando Mick Jagger começou”,
Mexer aquele beicinho,
Já ruminava Rock Roll,
Correndo neste caminho,
O diabo dava os toques,
Eu era um menininho."

“_Eu também gosto de Rock”,
Mas minha cama é o sertão,
Sou filho de Luiz Gonzaga,
E descendente de Lampião."
Disse Zé Ramalho a Rauzito,
Dentro daquele avião.

“_ Quando Elba Ramalho começou”,
A brincar de boneca na rua,
Eu já vomitava forró,
Admirando sol e lua,
Pôr isso digo meu caro,
Que minha obra é diferente da sua"

“_ Tudo Bem amigo Zé”,
(disse Rauzito a sorrir),
Esqueçamos este assunto,
Estou louco para dormir,
A viagem é muito longa,
E chega desse cri-cri.

Zé Ramalho respeitou,
Seu amigo bem cansado,
E então foram para o Egito,
Tranqüilo e sossegado,
Raul ainda dorme agora,
E Zé Ramalho voa acordado.

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